um pé e depois o outro, um numa nuvem outro no chão. Eu que
sempre via o mundo inteiro de um ângulo privilegiado, desci alguns degraus e
absorvi suas dores. Caberia toda felicidade nas
suas covinhas. Cabe a minha quando você ri sem parar e emenda um: “para,
amor”.
Parece
que o fôlego nunca falta, que os tremores não param, que a cama é sempre quente
e que o seu abraço é o meu lugar de repouso. Como cantou o Lulu: “Encostar no
seu peito, e se isso for algum defeito, por mim, tudo bem”♪. A Nicette foi muito
inteligente esses dias quando disse que não é defeito, é a vida. São nossas vidas,
nossas individualidades, só nos diz respeito.
Cada um
vê de uma maneira: Há quem pense que estou confusa, vulnerável, há quem veja que
estou apaixonada, feliz. “Se você está feliz, isso é o que importa”. Quando ouço essa frase identifico amigos de verdade. Eles torcem por mim sem “mas”.
É bem verdade que estou apaixonada há alguns meses. Decidimos viver o momento e
como vimos num cartaz, cada beijo é uma revolução. Nós precisamos comemorar e
comemoramos, muitas vezes, bebendo cervejas nos dias de feira.
É
rotina dormir e acordar com você na minha cabeça, ouvindo suas preces. O sentimento que surgiu tão
impetuosamente segue forte. É mais do que nossas peles e
cheiros misturados, são nossos braços dados e os sorrisos que só a admiração mútua expressa.
Incrível
é aquilo que sinto quando descanso ao seu lado após um dia cheio, quando
discordo, quando aprendo, quando calço os seus sapatos, quando desviamos os idiotas do caminho. Incrível é quando você procura me conhecer melhor, quando reconhece
os seus erros, quando pergunta se estou bem, quando acorda e ronca mais cedo. Incrível é ver você dormir.
Incríveis
são todos os dias, perto ou longe. Incrível é redescobrir o mundo. É notar o
brilho do cabelo, dos olhos, é ouvir elogios e alertas. É construir... Subindo outros degraus,
passando alguns sufocos e deixando medos para trás. Incrível mesmo é
permanecer.