do facebook tinha um texto
da Clarissa Corrêa que dizia: “Sou egoísta, gosto de ver televisão sozinha, sem
ninguém falando junto. Sou chata, não gosto de dividir banheiro com ninguém.
Sou espaçosa, bagunço as minhas coisas. Preciso da solidão pra ler, pra olhar
para o teto, pra tirar ponta dupla do cabelo, pra fazer as unhas, pra pensar em
tudo, pra fazer nada. Preciso da solidão pra ser eu mesma. Pra fazer
alongamento, rir de mim, chorar comigo”, devidamente ratificado com um #tipoisso.
Hoje eu estou aqui sozinha,
repetindo alguns dos atos do trecho acima. Eu liguei a televisão e não falei nada.
Troquei os tapetes do banheiro, arrumei a bagunça do guarda-roupa e olhei para
o teto, tirando as pontas duplas do cabelo e borrando o esmalte. Pensei em tudo
e em nada, não alonguei, não ri, chorei. Fui grata por tudo, resumi mentalmente
o ano em uma palavra: resiliência.
Há uma diferença abissal
entre a Patricia de 2016 e a de 2018. Hoje eu amo você. Eu só pude conhecer o
amor verdadeiro depois que o amor-próprio fez morada. Em comum, ainda sou “um
disco do Nirvana de 20 anos atrás”, a Fernanda Mello é a minha cronista preferida
e Só Hoje (letra dela, sucesso do Jota Quest) me emociona. Hoje eu lembrei do
nosso amém, de te deixar em casa depois do horário combinado. De como já
choramos de rir, já choramos emocionadas numa garagem, já choramos de saudade.
Hoje eu pensei em como gosto de combinar personagens e de dormir de “pé dado”.
De me sentir segura, de quando você acerta o meu café amargo. De ver você com
as minhas camisetas e descalça andando pelo apartamento.
Minha mente e o meu
coração estão em sintonia e eu estou em paz.
Perto ou longe.
Obrigada por existir.
“(...) Posso te garantir
que o verão solitário me deixou mais mulher, mais leve e mais bronzeada e que, depois
de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero
ser feliz de um jeito simples”. Tati B